segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Balanças nos aeroportos

     Hoje de manhã , no programa Mais Você da Ana Maria Braga, mostraram uma reportagem sobre as balanças dos aeroportos, se você não viu, veja antes de ler o que escrevi.

    Nessa reportagem eles descobriram erros nas balanças dos aeroportos, descobriram um esquema de propina para burlar a multa de excesso de bagagem e mostraram a preocupação do governo com as compras feitas no exterior e a cobrança dos impostos.
   Essa denúncia é muito grave! Não somente pela diferença que muitas vezes pagamos por um peso errado, mas também pelas consequências que isso significa na segurança dos vôos. Enquanto o governo se preocupa com a fiscalização da Recita Federal na cobrança de impostos a fiscalização da ANAC não segue o mesmo rigor. Sem falar que  estão querendo passar para a Receita Federal informações sobre os passageiros de cada vôo, para que a Receita rastreie o tempo de viagem, os lugares por onde passou e a frequencia que essa pessoa costuma viajar. Isso é função da Policia Federal, não da Receita! O que isso pode significar vindo de um governo PT? Não vou dar minha opinião, é desnecessário.
   Quanto a segurança dos vôos, qual o problema de cair algum avião? Nunhum, afinal a justiça é lenta e o jogo de empurra-empurra para passar a culpa dos responsáveis por um acidente é longo. Para variar, a impunidade ainda é a maior segurança dos brasileiros, ou pelo menos de alguns.
     Sempre que vou pegar um voo fico pensando quão injusta é a questão do peso da bagagem sem considerar o peso do passageiro. Se entendermos o peso total que o avião pode transportar como sendo passageiros mais bagagens, por que os passageiros não vão para a balança? Poderiam considerar um peso total para cada passageiro, 80 ou 90 quilos somados ao peso das malas, caso passe o peso total pagasse o excesso, mas se o peso do passageiro for inferior tem direito a aumentar o peso da mala. Isso talvez até motivasse as pessoas que estão acima do peso fazer uma dieta e melhorar a saúde. Mas iriam dizer que é preconceito ou discriminação com os gordinhos! Porém, quando a minha filha, que pesa 26 quilos, pago o mesmo valor pela passagem dela, com o mesmo peso de bagagem que uma pessoa com 150 quilos, me sinto prejudicada. Agora imaginem um avião com 4 times de rugby, que estão indo para um campeonato, quanto vai ser o peso desses passageiros? Isso não compromete o voo?
    Brincadeiras à parte, infelizmente no nosso país, fiscalização só se for para arrecadar dinheiro para que os políticos possam desviar mais para seus bolsos. Sem falar na falta de vergonha de alguns profissionais (sendo que muitos têm orgulho das suas “espertezas”) e que usam da mesma conduta que os políticos que eles condenam.   
     Por mais que falem dos excessos de controle nos vôos americanos, ainda acho que eles estão certos, me sinto segura e não afrontada ou desrespeitada como muitos falam. Desrespeitada eu me sinto no meu país, pois pagamos muitos impostos e recebemos como retorno o descaso dos nossos governantes.

sábado, 27 de setembro de 2014

Prazer na cozinha

“Não entendo como alguém pode ficar feliz enquanto cozinha? Como pode ficar sorrindo e saltitando pela cozinha, como nos programas de culinária? Isso não existe!”. Foi assim que a Beth falou enquanto estávamos preparando o almoço de domingo. Achei interessante e divertida a colocação dela, mesmo porque ela adora ir para a cozinha e preparar almoços para receber os amigos, mesmo assim diz que não gosta e nem sabe cozinhar, que se atrapalha na cozinha. Acho que se não soubesse fazer isso bem, não haveria tantas pessoas dispostas aos seus convites.
Eu adoro cozinhar! Para mim, o ato de preparar uma comida é uma arte, nele podemos expressar nossos sentimentos. Quando estou feliz fico com vontade de cozinhar, quando estou triste também, quando estou ansiosa não só quero cozinhar como quero comer, quando sinto medo ou tenho preocupações vou para a cozinha, na esperança de esquecê-los.  Inclusive não posso assistir programas de culinária na TV por muito tempo, morro de vontade de “meter a mão na massa”, mesmo não estando com fome.
Gostei quando um amigo me chamou de “arquiteta dos sabores”, sou arquiteta, mas não tenho hoje muita paciência para as tintas e pinceis, prefiro os temperos e as panelas, minhas manifestações artísticas precisam ir além do prazer visual. Precisa ser sentida, precisa ter também cheiro e sabor e, principalmente, ser compartilhada. Por isso também entre a arte contemplativa e a arquitetura vivenciada, eu prefiro a arquitetura, em sua estrutura formal, sem os adornos ainda tão valorizados, prefiro os espaços para convivência, os espaços que nos dão prazer. Mas sobre o prazer dos sabores, Rubem Alves já disse em seu livro “Variações Sobre o Prazer”, que o objeto contemplado pela visão nos dá o prazer do belo, mas está distante, não pode ser comido, não nos dá vida. Diz ainda que, “a grande tristeza da vida humana, que começa na infância e continua até a morte é que ver e comer são duas operações diferentes”. Gosto dessa sinestesia que a arte culinária proporciona.
Voltando à colocação inicial da Beth, eu entendo como podemos ficar felizes na cozinha, porque cozinhar vai além das sensações. O ato culinário envolve a visão por pensarmos na apresentação final do prato; o tato quando usamos as mãos para temperar uma carne ou sovar uma massa e não me perguntem sobre luvas, não uso, mão de cozinheira é sempre limpa; envolve o olfato na escolha dos temperos e no processo de assar ou fritar que liberam aromas deliciosos; a audição quando escutamos o frigir dos refogados e o estalar dos assados e, por fim, o paladar quando podemos nos deliciar com a finalização de todos os sentidos anteriores, quando brindamos nossos sentidos com o a premiação do prazer dos sabores. Que bom seria se tudo que fizéssemos na vida nos permitisse usar todos os nossos sentidos!
Já que estamos falando sobre comida, vou agora preparar uma mousse para o almoço de amanhã na casa da Beth, fiquei de levar a sobremesa. E aproveito para compartilhar a recita aqui com vocês... aproveitem todos os sentidos!

Mousse Romeu e Julieta

Bata no liquidificador:  
                         1 lata de creme de leite  
1 lata de leite condensado
1 copo de iogurte natural
1 copo de requeijão
1 pacote de gelatina incolor em pó (dissolva em ¼ de xícara de água, espere 5 minutos, coloque por 15 segundos no microndas para derreter)
50 gr de queijo parmesão ralado

Coloque em forma de buraco untada com óleo de milho e leve para a geladeira por 6 horas. Desenforme e cubra com:

200 gr de goiabada mole (se não encontrar pronta derreta a goiabada picada em uma panela com ½ xícara de água, mexendo até virar um creme)